Um convite para explorar noções em torno do espaço público em geral e do Terreiro das Missas em particular, numa série de sessões desenvolvidas com funcionários e fregueses de Belém.
Ferry A criação e instalação de ecrãs no Terreiro permite, através da técnica Chroma Key, o povoamento do espaço por diferentes subjectividades e percepções, que se sobrepõem e coexistem.
Da Pedra ao Pixel: Workshop
António Guimarães Ferreira
Três sessões desenvolvidas com residentes e funcionários da Junta de Freguesia de Belém.

Uma série
de encontros
Tomou-se o Terreiro das Missas como ponto de partida para reflectir em conjunto sobre o espaço público, seja ele constituído pelos cubos de pedra calcária que pisamos ou pelos pixeis que preenchem os infindáveis ecrãs dos mais diversos dispositivos. Uma prática activa de observação e partilha permite a construção de percepções e a troca de perspectivas. A exploração do território de Belém concretiza-se numa acção que procura instalar, na praça ribeirinha, uma nova voz.
Partilhar - material, perspectivas, reflexões
Espaço de Possibilidades
O Terreiro das Missas - Fonte de pesquisa subjectiva e directa - Espaço performativo, institucional, comunicativo e passível de ser transformado - Repositório histórico

Gesto
e Intenção
Múltiplas perspectivas e intenções podem estar contidas nos espaços uns dos outros, podemos incluí-las ou ser por elas contaminados. Queremos imiscuir-nos no Terreiro, dar pistas para olhares, interpretações, acções, performatividades. Dançar. Representar. Desenhar. Caminhar. Filmar. Matizes do mesmo gesto. Alicerces para construirmos um espaço híbrido e transitório.
Reunir - pessoas, impressões, material
Olhar Juntos
Olhar em conjunto o espaço público e reflectir sobre como nos relacionamos com ele - Como se nos apresenta - Como nos (des)orienta - O que nos conta - Do que gostamos - Como nos influencia, muda, condiciona - O que mudaríamos nós - Em que medida nos toca e com que disponibilidade o incorporamos - Quão flexíveis são as suas fronteiras - Que narrativas partilhamos com ele
Quantos espaços públicos há?

Metodologias
Colaborativas
Saímos à rua, fotografamos, observamos e falamos sobre a nossa experiência. Fazemos exercícios conjuntos e discutimos resultados. Construímos o espaço do nosso grupo para intervirmos num espaço público em particular. Planeamos interagir com o Terreiro das Missas criando e instalando diversos ecrãs de formas e dimensões variadas.
Retratar - Retrabalhar, reconfigurar, sobrepor
Projectar efeitos
Curioso ver como estes esforços são “retratos” provisórios que se propõem. Encontros entre o dia-a-dia do Terreiro e a nossa vontade de agir. Os ecrãs Chroma Key que instalámos e filmámos têm finalmente uma voz.

Ligações
e Transformações
Que nos reserva o futuro? Agora concretizado em objecto, o processo que desencadeámos abre-se a novos contextos.
Ferry é fruto de sucessivas contaminações e é agora apresentado a novos públicos. Como irão estes diferentes ecrãs, efeitos e sobreposições, construir espaços para outras vozes?
FERRY (2024) António Guimarães Ferreira
A partir do registo das nossas acções no Terreiro, povoamos os ecrãs verdes com imagens em movimento - o espaço pode estar dentro deles, à volta, incluí-los ou ser deles reflexo ou contraponto. O real e o subjectivo (que não deixa de ser real), a manifestação de sensações através de filtros, sobreposições, texturas e velocidades, tudo isto se manifesta através do médium escolhido. A forma como interagimos pode ser inesperada, quebrar códigos de espaço público que nem sabíamos existirem, mas dos quais, só agora, nos damos conta.