Faces Fazem Lugares?
Andrea Ebert
Uma oficina desenvolvida ao longo de três sessões onde a gravura, o mapeamento e a troca de palavras fomenta partilhas e disponibilidades aptas a construir perspectivas sobre os lugares que nos rodeiam.
Vista geral
Andrea Ebert parte da sua tapeçaria Como estar disponível numa biblioteca (2018 -) para convidar os participantes da oficina Faces Fazem Lugares? a abordarem a questão do reconhecimento e familiarização com um espaço determinado.
Ao longo de três sessões e a partir de uma série de actividades propostas pela artista, foi colocado em prática um processo de imaginar certos espaços como se fossem o tabuleiro de um jogo. Aqui, as regras e peças podem ser criadas através das percepções e usos que damos aos lugares com os quais interagimos.
Começando por contar a história da origem da tapeçaria, Andrea partilhou a sua experiência numa biblioteca na Coreia do Sul e a necessidade que sentiu de criar os seus próprios mecanismos para interagir com o lugar e o espólio nele contido.
Ebert propõe que praças, bibliotecas, museus e até obras de arte, podem ser espaços públicos. Acrescenta que quando não os conhecemos bem ou não temos familiaridade com os seus processos, podemos experimentar uma alienação face aos benefícios que estes espaços nos podem proporcionar. No entanto, sugere que são os modos de vivenciar, olhar, jogar e construir experiências que tornam estes espaços em lugares que habitamos e nos quais vivemos.
A partir de diferentes experiências como jogar, partilhar, explorar e colaborar, o grupo coleccionou uma série de elementos e activou diversas formas de relacionamento. À medida que debatiam e construíam conceitos e imagens através de técnicas de desenho e gravura, foram tecendo uma malha de afinidades, acasos e conexões.
Os participantes colaboraram com a artista na tarefa de encontrar um livro de forma aleatória; produziram matrizes de gravura a partir dos seus próprios corpos e usaram carimbos para gravarem imagens suas em postais; e, finalmente, ligados por coletes de alta visibilidade personalizados, delimitaram e reivindicaram juntos espaços para si dentro de um largo público próximo.
Palavras e Grelhas
Sessão 2
22 de Novembro 2023
Regressamos. Há novas faces e também faces que faltam. O espaço está diferente mas ainda está cá a tapeçaria.
Uma grelha convida-nos a repensar as palavras que partilhámos na sessão anterior. «Voltamos a escolher a que nos ocorreu da primeira vez?» Ou preferimos uma palavra proposta por outra pessoa?
Depois, revemos tudo uma vez mais. Levantamo-nos um a um e utilizamos as nossas vozes e mãos para levar as palavras até à parede: «estamos a fazer uma outra grelha». E agora, com estas palavras cá fora e misturadas, o que se segue?
Antes de terminar a sessão reunimo-nos em torno dos livros da biblioteca de Belém.
Foram encontrados pela Andrea a partir das coordenadas que escolhemos na tapeçaria, quando nos apresentámos na primeira sessão.
Mais títulos serão adicionados à coleção de livros que fazem parte das listas de coordenadas recolhidas pela Andrea. A primeira lista foi a da biblioteca em Gwangju em 2018. Em 2022 houve outra em Guimarães. Outras listas de coordenadas poderão ser aplicadas noutras bibliotecas. «A de Belém será a terceira? Quantos livros terá esta biblioteca imaginada como forma de acesso?»
Desenhar e Dispor
Sessão 3
